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Na Câmara, psicólogo adverte sobre suicídio entre jovens

por Célia Ferreira publicado 21/09/2021 16h30, última modificação 22/09/2021 10h22

 

 

A convite do vereador Delandi Macedo (Podemos), a Câmara recebeu nesta terça-feira (21) o pastor, psicólogo e sexólogo Alcemar Martins, para falar sobre prevenção ao suicídio, tema que marca a campanha Setembro Amarelo.

 

Apresentando dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em junho, Martins afirmou que o suicídio está em alta. Segundo a OMS, a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo, totalizando de 700 a 800 mil pessoas por ano. Os levantamentos mostram também que, entre jovens de 15 a 29 anos, o suicídio já é a quarta causa de morte mais frequente.

 

Isso traz um alerta a todos nós, mostrando que precisamos prestar atenção ao que acontece ao nosso lado, especialmente em nossas famílias”, afirmou o psicólogo. Segundo ele, o suicida passa por três fases: pensar, tentar e consumar o suicídio. “Por isso, temos que acompanhar de perto e cuidar daqueles que tentam e sobrevivem, porque podem vir a tentar novamente”, advertiu .

 

 

Fatores

 

Martins apresentou também um resumo sobre o que ele chamou de “fatores preponderantes para que os jovens tirem sua vida”. O primeiro deles, afirmou, é a depressão, doença que muitas pessoas enfrentam e, no entanto, continuando parecendo felizes e sorridentes em seus grupos de convívio. “Temos que observar toda mudança de comportamento. Esses jovens precisam de apoio psicológico e de participação em grupos de ajuda”, disse.

 

Outro fator que pode levar o jovem ao suicídio são os problemas amorosos e familiares, que causam sofrimento, constrangimentos e vergonha às vítimas. Além disso, há também o uso de drogas ou álcool, que exige tratamento contra dependência química e, ainda, o bullying em ambiente escolar, o que mostra a necessidade de que os parentes e amigos passem a valorizar as qualidades das pessoas.

 

Por fim, Martins referiu-se a uma das grandes motivações do suicídio: traumas gerados por abusos sexuais e maus tratos, principalmente aqueles cometidos na infância por pais, padrastos, avôs e outros familiares. “A vítima é levada pelo abusador a se sentir culpada, e acaba por não suportar esse sentimento. Não devemos julgá-la, mas dar-lhe acolhimento”, afirmou.

 

Martins chamou atenção para algo que pode ajudar as famílias a evitar o suicídio e outras situações dramáticas. Segundo ele, é uma medida simples, mas sempre um ponto de partida para a busca de soluções: a escuta e o diálogo. “Temos que encontrar tempo para conversar com nossos familiares, com calma, de forma a proporcionar um ambiente de equilíbrio na casa”, concluiu.