Mulheres pedem mais políticas públicas

A convite da Ouvidoria da Mulher da Câmara de Cachoeiro, comandada pelo vereador Alexandre Maitan (DEM), a jornalista Anete Lacerda e a presidente do Conselho da Mulher Marilene Depes estiveram nesta terça-feira (09) no Legislativo Municipal para falar sobre a importância do Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março.

Anete Lacerda, falando em nome da União Cachoeirense das Mulheres (UCM), iniciou seu pronunciamento lembrando do ex-vereador feminista Almir Forte, que atuou em uma época em que também muitas mulheres eram mortas e ajudou a criar em Cachoeiro a Delegacia de Defesa da Mulher. “O mandato de vocês é muito importante para a construção de políticas públicas que valorizem e fortaleçam as mulheres”, afirmou, acrescentando que os detentores de mandato precisam agir em favor de toda a sociedade. “Sei que esta Câmara irá pensar nas mulheres que não têm voz e que levará a sério as demandas que chegarem à Câmara”, disse.

Casa-abrigo e creche

Marilene Depes, presidente do Conselho Municipal da Mulher, também pediu mais políticas públicas para as mulheres. Ela defendeu a construção de mais creches, para que as mulheres possam deixar os filhos e trabalhar com tranquilidade, e também a necessidade de reinstalação de uma casa-abrigo em Cachoeiro, para atender a todo o sul do estado. Segundo ela, a rede de apoio à mulher que funciona na região, através da atuação de vários organismos, pode ser fortalecida com a abertura da casa-abrigo. “Estamos todos prontos a amparar a mulher que sofre violência, mas, após ser atendida, ela não tem para onde ir e acaba voltando a morar junto com o homem que a espanca”, ilustrou.

Para Marilene, o 8 de março é uma data importante, que, no entanto, continua sendo romantizada pela sociedade. “Gostamos de ganhar flores, mas o 8 de março não é apenas isso. É dia de luta e de manifestação política, de rememorar as mulheres que morreram queimadas na fábrica, que conquistaram o nosso direito ao voto e tantos outros”, defendeu. A presidente do Conselho das Mulheres falou também sobre a importância de homens e mulheres serem feministas. “Ser feminista não é ser contra os homens. Não queremos ser superiores, queremos apenas os mesmos direitos”, disse.

Programação

“A vida sempre foi muito amarga para as mulheres, e nesta pandemia a maioria continua enfrentando a panela vazia, o desemprego, filhos para cuidar, roupa para lavar. Vivemos uma situação calamitosa e por isso continuamos na luta”, afirmou, mencionando que as mulheres pedem igualdade de oportunidades e direito a emprego, respeito, maternidade consciente e o exercício da sexualidade, entre outros. “Precisamos acabar com o machismo que humilha e desrespeita as mulheres”, finalizou Marilene.

A programação organizada pela Ouvidoria da Mulher da Câmara para comemorar o 8 de março segue até o final do mês. Nas próximas sessões, serão recebidas para falar sobre as condições de vida da mulher a delegada Edilma Luzia Barbosa de Oliveira Gonçalves e a advogada e ex-candidata a prefeita Fayda Belo da Costa Gomes.