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Médica pede apoio para pacientes com Doença Inflamatória Intestinal

por Anete — publicado 12/11/2019 18h20, última modificação 20/11/2019 15h05

 

A convite dos vereadores Elio Carlos Silva de Miranda (Carlinhos Miranda), Wallace Marvila e Renata Fiório, a médica gastroenterologista Andressa Sartório Portinho ocupou a tribuna da Câmara de Cachoeiro na sessão de terça-feira (12) para falar da Doença Inflamatória Intestinal( doença de Crohn e retocolite), doenças inflamatórias crônicas e autoimunes que atingem homens e mulheres de todas as faixas etárias, mas especialmente dos 10 aos 40 anos.

 

A médica expôs as dificuldades que os pacientes passam para fazer o tratamento, numa doença que interfere na qualidade de vida, por causar vários efeitos desagradáveis, entre eles a diarreia, fraqueza, desânimo, mais as doenças secundárias provocadas por ela. “ A maioria que sofre com esse problema na região é meu paciente. Os doentes não têm acesso aos exames especializados com a urgência que precisam, não têm psicólogo, não têm nutricionista e ainda são obrigados a se deslocar para Vitória ou São José do Calçado para conseguirem tratamento”.

 

Andressa enfatizou que ocupou a tribuna como profissional, mas acima de tudo como pessoa que se sensibiliza com o sofrimento dos pacientes, que precisam de transporte adequado, de medicação e de um Centro de Referência para que não tenham que se deslocar para Vitória ou São José do Calçado para fazerem o tratamento. “ Eles vão longe para fazer a infusão que pode salvar suas vidas, quando em Cachoeiro tem um hospital que faz tratamento contra o câncer.  Nosso tratamento é muito parecido com a quimioterapia. Infelizmente dizem que hospitais filantrópicos não podem ser cadastrados. Contamos com todos os vereadores para que nos ajudem a achar uma solução”.

 

Outra dificuldade é em relação à medicação, que é fornecida pela Farmácia Cidadã,  segundo Andressa. “Mas existe todo um protocolo anterior a isso que geralmente o paciente não consegue cumprir em função da burocracia, que são os exames especializados de imagem e laboratoriais e colonoscopia.  Essas pessoas passam por um grande sofrimento e apelamos para que nos ajudem a minimizar essa luta”.

 

O vereador Carlinhos Miranda afirmou, que em parceria com o vereador Wallace Marvila e a vereadora Renata Fiório, vai fazer uma indicação sugerindo que esses pacientes, que hoje são obrigados a irem para o tratamento sozinhos, possam ser acompanhados por alguém da família ou por um amigo, e que todos sejam acompanhados por um profissional de saúde, enquanto não há atendimento especializado em Cachoeiro. “ Tenho certeza que os vereadores vão se mobilizar para que todos os pacientes tenham condições de receber um tratamento digno. Precisamos ver de que forma vamos viabilizar junto ao Governo Estadual e Governo Federal o que esses pacientes precisam”, enfatizou.


O vereador Delandi Macedo, Presidente da Comissão de Saúde da Câmara, destacou a importância das dificuldades serem expostas no Legislativo cachoeirense, que tem aberto espaço para discussões importantes para a sociedade. “ No dia 21 de novembro teremos aqui na Câmara uma audiência com o Hospital Evangélico, que vai apresentar o projeto do novo hospital do câncer. Quem sabe vocês não comparecem e tentamos esclarecer essas dúvidas e buscar uma solução junto com eles. Colocamos isso para o HECI. Se não for possível tentamos outro caminho”.

 

A paciente Rebeca Ribeiro, de 19 anos,  se emocionou e chorou ao usar a tribuna para falar da doença, e também dos problemas secundários que ela acarreta: depressão, crise de pânico, ansiedade. “ Tudo isso me fez perder o emprego. Fiquei três meses sem fazer tratamento porque não tive condições. Nós só precisamos do apoio da Câmara porque não temos um porto seguro e sofremos com uma doença inflamatória que não tem cura. É uma situação muito difícil e ficamos sem esperanças”.

 

A vereadora Renata Fiório diz que quando propôs a  criação do Maio Roxo, lembrado no dia 19 de maio, foi para sensibilizar o cachoeirense da importância de conhecer mais sobre a doença inflamatória intestinal. “Queria que todos tomassem conhecimento dessa doença, para poder se prevenir ou reconhecê-la aos primeiros sintomas.  Mas apenas reconhecê-la é pouco se os pacientes não tiverem acesso ao tratamento completo, com exames de imagem e laboratoriais que precisam em tempo útil”.

 

Renata se colocou à disposição e reafirmou o compromisso de lutar para que não haja sofrimento além do necessário. “ É preciso dar o suporte. Que venha o Centro de Referência, que os exames sejam facilitados e que o tratamento seja feito em Cachoeiro. Esse deslocamento para São José do Calçado ou Vitória é ilógico. Tratar aqui, perto da família, é uma questão de humanidade e amor ao próximo”.

 

O  vereador Wallace Marvila reafirmou o compromisso da Câmara de Cachoeiro de ajudar a solucionar problemas como esse. “ Estaremos sempre aqui para juntos buscarmos uma solução. Estejam certo do nosso compromisso e esforço para que as reivindicações de vocês sejam atendidas. São pedidos justos e que merecem toda a nossa atenção”.