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Ex-secretário defende nova lei penal

por Célia Ferreira publicado 10/05/2022 17h30, última modificação 10/05/2022 17h34

 


O ex-secretário estadual de segurança pública Alexandre Ramalho (Podemos) esteve nesta terça-feira na Câmara de Cachoeiro para falar sobre a questão da violência pública no Espírito Santo. Segundo ele, é preciso discutir a questão da segurança sob outro viés, que considere a readequação e modernização da legislação penal brasileira. “Não defendemos, por ora, nenhuma medida, mas esse assunto tem que se tornar uma agenda nacional. Temo que investir sempre e muito no social, infraestrutura, educação, mas, para os que não querem trilhar o caminho do bem, é preciso haver penas pesadas”, afirmou.

 

O presidente da Câmara, Brás Zagotto (Podemos), concordou com o convidado. “Temos bravos policiais em todo o Brasil, mas temos também uma legislação frágil, que garante a liberdade para vários criminosos. Isso precisa mudar com urgência”, disse o presidente.

 

Ramalho disse que 80% dos homicídios ocorridos no estado no ano passado foram cometidos por jovens de 12 a 27 anos, ligados ao tráfico de entorpecentes. Neste período, foram presos mais de mil homicidas e apreendidas mais de 4 mil armas de fogo. No entanto, afirma, está havendo uma banalização do crime. “Hoje, nos casos de furto, por exemplo, a premissa é a soltura em até 24 horas. O problema disso é quando o roubo se transforma em latrocínio”, disse.

 

Ramalho falou sobre os bons resultados de vários projetos positivos que estão sendo desenvolvidos pelas forças de segurança no estado, mas ressaltou que, apesar disso, a cobrança da comunidade continua grande. As ocorrências de grande vulto, registrou, acabam ganhando repercussão e causando comoção social. Nesses momentos, todos se questionam se as polícias estão cumprindo seu papel, esquecendo-se que a redução da violência depende também de investimentos sociais e da ação de outras instâncias.

 

Nossa sensação é a de estarmos enxugando gelo. Estamos banalizando o crime, dando muito direito e garantia para criminosos, e nós, que pagamos impostos, temos apenas deveres”, lamentou. Para concluir sua fala, deu como exemplo o caso de um jovem de 18 anos preso em Vila Velha por homicídio. Sua ficha continha 22 ocorrências, incluindo roubo, furto, tráfico e outros assassinatos. “É isso que estamos discutindo. Não dá mais para cobrar só da polícia. Um jovem que tem 22 ocorrências não pode estar solto, matando, e com toda sensação de impunidade que eles têm”, finalizou.