Câmara recebe mães de autistas
A Câmara Municipal de Cachoeiro de Itapemirim realizou na manhã desta sexta-feira (10), o I Encontro Mulheres Incríveis Mães de Autistas. A iniciativa foi do vereador Allan Albert Lourenço Ferreira, autor de vários projetos de apoio a crianças autistas.
Entre os projetos apresentados pelo vereador Allan , o que estabelece políticas municipais para os portadores de Transtorno do Expectro Autista, o que obriga estabelecimentos privados a priorizar o atendimento e colocar placas informando sobre essa prioridade e o que dispõe sobre a obrigatoriedade de que a rede pública de Saúde e Educação do Município identifique e rastreie paradiagnóstico precoce do autismo.
O vereador destaca que a defesa das mães e dos direitos dos autistas é a sua principal bandeira, e que pretende conquistar para o município um Centro de Referência, a exemplo do que existe em Colatina. “Sabemos que precisamos de parcerias do Governo do Estado e dos deputados estaduais e federais e dos senadores, mas vamos prosseguir lutando por isso”.
Palestraram no evento a neuropsicopedagoga Mirela Horvatich e a psicóloga Poliana Barcelos. Mirela elogiou a iniciativa do encontro e ressaltou que era uma partilha. “Quando a gente partilha, a gente cresce junto e pode melhorar a vida das pessoas. Não há limite para o amor”.
Mirela coordena um projeto de educação inclusiva e diz que não é possível educar as emoções, mas que as crianças podem ser educadas emocionalmente.
“ Precisamos usar a linguagem dela, entrar no mundo dela e falar de assuntos que ela possa absorver. Podemos despertar o prazer em aprender nela e introduzir esse desafio. O tempo ideal é na infância porque é quando ela não tem barreiras”.
A neuropsicopedagoga destacou ainda a necessidade de lutar pela queda no índice de violência contra crianças, que tem crescido uma média de 10,34% ao ano. “ É preciso agir em favor dessas crianças. O que podemos fazer é dar atenção, diminuir os motivos que fazem a bola de neve crescer e provocar mortes. Precisamos ficar atentos aos comportamentos destrutivos”.
Poliana Barcelos, equoterapeuta, falou da importância da equoterapia e destacou que é preciso ficar bem claro que a prática não é um passeio a cavalo, como entendem algumas pessoas. “ A gente analisa os casos individualmente. É um atendimento multidisciplinar e é feita uma análise criteriosa do sistema motor”. A psicóloga falou que o desejo e os esforços são para que os pacientes evoluam da equoterapia para a prática esportiva. “ Sabemos que é um grande desafio, mas temos condições disso. Hoje já trabalhamos a psicomotricidade. Trabalhamos o emocional e o comportamento também”.
Aline Kelly, mãe de autista, se emocionou com o espaço de fala e destacou a importância do encontro. “ Precisamos de apoio psicológico , muitas vezes a escola não tem a inclusão adequada e no final do dia temos o cansaço de um soldado voltando da guerra”.Aline abordou também a questão das críticas que as mães sofrem em relação ao comportamento dos filhos cada vez que saem de casa. “ O autismo não é identificável com o olhar. Então somos criticadas como se não soubéssemos educar nossos filhos. Precisamos de mais conscientização e apoio”.
Keila Vetoraci elogiou a iniciativa do encontro e disse que participava como mãe e não como primeira-dama. “Estou aqui como todas vocês que comemoram de forma entusiasmada cada pequena conquista dos nossos filhos. Foi muito bom ouvir e compartilhar com cada uma de vocês”.
