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Câmara promove audiência pública sobre saúde

por cai — publicado 26/06/2017 12h50, última modificação 27/06/2017 10h30
Notícia publicada em 23.06.2017

Na tarde de quinta-feira, dia 22 de junho, aconteceu na Câmara Municipal de Cachoeiro de Itapemirim audiência pública para discutir a situação da saúde na cidade, principalmente a questão dos hospitais filantrópicos da cidade, que estão passando por crise financeira. Wagner Medeiros Júnior, representante do Hospital Evangélico, disse que as tabelas do SUS pagam valores irreais para os procedimentos médicos e o que o hospital teve que fazer empréstimos bancários, situação inédita, e ainda parcelar dívidas com estado, somando cerca de R$ 30.000.000 milhões de dívidas. “Até 2015 nossas contas fechavam, mas em 2016 nossas despesas subiram, devido ao aumento da procura de atendimento pelo SUS”. Ele ainda acrescentou que no ano de 2011, 73% dos atendimentos eram feitos pelo SUS, e em 2012, 75%. Nos anos de 2013, 2014, 2015 foi mantido o índice de 78%. Em 2016, subiu para 80%, crescimento acompanhado de queda de 5% nos atendimentos conveniados e particulares. O hospital tem deficit mensal de R$ 490.000,00 devido às diferenças nas tabelas do SUS e o custo real dos procedimentos. Os setores que atendem maternidade, cirurgias de coração, UTI's, entre outros, acumulam deficit de R$ 1.298.000,00 ao mês. 

José Onofre Lopes, representante da Santa Casa, relatou que a instituição deve mais de R$ 50.000.000,00, e tem gastos altíssimos com pacientes acidentados que ali chegam, além do problema da defasagem da tabela paga pelo SUS. 

Jailton Pedroso, do Hospital Infantil, lembrou que retirada dos recursos do estacionamento rotativo, cerca de R$ 1.000.000,00 anuais, prejudicou muito o hospital e ainda causou a demissão de 65 pessoas. “Estes recursos ajudavam a manter o atendimento de qualidade às crianças. O número de pacientes vem aumentando, e o máximo que conseguimos fazer é trabalhar evitando desperdícios”, falou. 

Alexandre Bastos(PSB), presidente da Câmara Municipal de Cachoeiro, disse que espera que “o governo do estado, que tem dinheiro em caixa, libere recursos para os hospitais de Cachoeiro, que agonizam, como por exemplo, a Santa Casa”, falou o vereador. Já o deputado Theodorico Ferraço (DEM) disse que, pelas informações que recebeu, as dívidas da Santa Casa chegam aos R$ 74.000.000,00, com deficit mensal oscilando entre R$ 450.000,00 a R$ 500.000 mensais, mas que os recursos que estão sendo economizados na Assembleia Legislativa, cerca de R$ 25.000.000,00, já foram devolvidos ao Governo do Estado e eram  destinados à área da saúde, principalmente para os hospitais. 

Elson Pereira Lacerda, representante da OAB, disse que é preciso evitar a judicialização da saúde, pois isso aumenta os custos dos procedimentos médicos e remédios. Ele sugeriu investir em prevenção e prestação do atendimento necessário antes que a situação do paciente se agrave. 

Finalizando, o vereador Delandi Macedo(PSC) fez as seguintes propostas:

_ Que se forme uma comissão de vereadores e deputados para cobrar do Ministério da Saúde a revisão das tabelas do SUS

-Encaminhamento de pedido de moratória das dívidas dos hospitais filantrópicos

_Solicitação de mutirão para resolver o problema da demanda reprimida por atendimento no estado, pois o atraso no tratamento só aumenta os custos do tratamento.