Aprovado Dia Municipal de Mobilização dos Homens pelo fim da Violência contra as Mulheres
Na sessão ordinária desta terça, 01, foi aprovado por unanimidade o Projeto de Lei 83/2022, de autoria do vereador e Ouvidor da Mulher na Câmara Municipal de Cachoeiro de Itapemirim, Paulinho Careca (PSB), que institui para 6 de dezembro o Dia Municipal de Mobilização dos Homens pela Violência Contra as Mulheres.
O projeto foi inspirado no Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, data instituída no Brasil através da Lei Nº 11.489/2007 com o objetivo de conscientizar, sensibilizar, envolver e mobilizar os homens sobre o importante papel que precisam desempenhar para colaborar com o fim da discriminação e da violência contra as mulheres.
O vereador Paulinho Careca (PSB) atribui, ainda, à ideia de criação do projeto, um fato gerado em Cachoeiro durante a celebração da Semana da Mulher na Câmara Municipal, no último mês de março. “Percebemos que as palestras tinham temas que deveriam atrair a atenção dos homens, porém o público nas cadeiras era cem por cento feminino. Somos nós, os homens, os causadores de crimes contra a mulher, nós é que precisamos nos conscientizar contra os diferentes tipos de violência à mulher”, explicou.
Renata Fiório, Instituto Mulheres no Poder, e Paulo Bento, educador, também vieram à Câmara defender a pauta. “Fico agradecida pela oportunidade de estar aqui porque nós, mulheres, precisamos de vocês nessa batalha contra a violência. Quando um homem vê vocês, que são lideranças, na luta contra a violência, ele pensa: ‘esse movimento eu tenho que aderir’. Nós precisamos de vocês porque parece que tudo o que a gente já fez no estado do Espírito Santo ainda não está funcionando. Precisamos apoiar a Polícia, ao governo do estado e às instituições organizadas nessa luta”, ressalta Fiório.
6 de dezembro
A data foi escolhida em razão de um triste episódio: o Massacre de Montreal. No dia 6 de dezembro de 1989, na Escola Politécnica de Montreal, em Quebec, no Canadá, Marc Lépine, de 25 anos, armado com uma espingarda, atacou 28 pessoas, matando 14 mulheres e logo após cometeu suicídio. Antes de atirar contra as vítimas do sexo feminino, mandou que os 48 homens saíssem do recinto e deixou uma carta declarando que não aprovava a situação de mulheres estudando Engenharia, um curso tradicionalmente masculino.
O crime mobilizou a opinião pública, gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência de gênero e lema de jamais cometer um ato violento contra as mulheres e de não fechar os olhos diante dessa violência.